Fonte: MTB Brasília
Muitos iniciantes no mundo do ciclismo costumam ‘lubrificar’ as correntes das bicicletas com um produto que é um verdadeiro coringa na maioria das residências. Trata-se do WD-40, classificado pelo próprio fabricante como um ‘produto multiuso’, capaz de lubrificar, desengripar, proteger, limpar e repelir umidade. Mas será que ele lubrifica mesmo?
Desenvolvido na década de 1950 pela indústria aerospacial norte-americana, o WD-40 foi concebido originariamente como um solvente desengripante, desengraxante e com propriedades hidrofóbicas para uso em peças de mísseis balísticos.
A sigla pela qual ficou mundialmente conhecido significa Water Displaced (repelente de água, em inglês) e o número 40 refere-se ao número de tentativas que a empresa Rocket Chemical Co., inventora do produto, precisou para criá-lo.
Cientes do tremendo potencial do produto, seus desenvolvedores o lançaram no mercado como um verdadeiro faz-tudo, incluindo aí uma duvidosa capacidade lubrificante, o que o habilitaria para uso em correntes de bicicletas. Afinal, uma corrente de bike ‘tratada’ pelo WD40 fica limpinha, sem sinais de ferrugem e bem lubrificada não?
Nada mais longe da verdade! O fato é que o WD-40 não deve ser utilizado sob hipótese alguma em correntes de bicicleta, sob o risco de encurtar sua vida útil ou mesmo danificá-las permanentemente.
Embora eventualmente possa ser utilizado como lubrificante de dobradiças e cadeados, o WD-40 não possui a viscosidade necessária para lubrificar de maneira correta um componente submetido a forças de tração e movimento como um corrente de bicicleta. Por outro lado, suas características desengraxantes acabam por remover qualquer vestígio de lubrificação original interna da corrente, deixando completamente seca e sujeita e desgaste prematuro através do atrito de metal contra metal.
Na prática, o uso de WD-40 acaba por ser pior do que não utilizar nenhum lubrificante!
Por outro lado, alguns defensores do produto alegam que, por suas características de solvente, o WD-40 pode ser utilizado para limpar a corrente antes de lubrificá-la com um óleo apropriado. A verdade é que ao fazê-lo, resíduos do produto permanecerão no interior da corrente, reagindo com o lubrificante e tornando a operação totalmente ineficiente.
Para garantir a máxima durabilidade da corrente da bicicleta, o ideal é utilizar desengraxantes solúveis em água, que não deixam resíduos no interior dos componentes da corrente. A lubrificação, com óleo desenvolvido especialmente para o uso, deve ser realizada preferencialmente horas depois da limpeza, com a corrente completamente seca.
Viscosidade correta – O grande desafio dos fabricantes de lubrificantes para bicicletas é produzir um composto com grande capacidade de penetração entre as placas, pinos e rodilhas da corrente, mas com viscosidade suficiente para criar uma camada de proteção durável entre estes componentes.
Felizmente, o mercado possui uma grande opção de lubrificantes com estas características e que podem ser adquiridos nas boas lojas especializadas, como o Finish Line Wet (Cross Country), o Muc-Off Bio Wet Lube, o Park Tool CL-1 , o White Lightning Wet Ridee o Pedro’s Syn Lube. Recentemente, a própria marca WD-40 passou a comercializar um lubrificante específico para correntes de bicicleta, o WD-40 Bike Wet Lube, cuja composição é completamente diferente do WD-40 original.
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